quinta-feira, 22 de março de 2018

Vó Tereza saiu do hospital! \o/

pessoas, minha avó recebeu alta do hospital hoje e já está truando loucamente em casa! \o/
aproveito para agradecer mais uma vez por toda a energia e por todo o pensamento positivo de vocês, deu tudo certo, vocês são incríveis! 
para comemorar o restabelecimento dela, conto as minhas 2 histórias favoritas dessa internação (agora que ela saiu, pode entrar pra história):
1) no dia em que ela se internou
meu tio levou a minha avó para o hospital, e o médico a estava atendendo, para definir como seriam os procedimentos.
Dr. -- a senhora fuma?
Vó -- fumo não -- meu tio quase caiu pra trás, com a audácia da resposta.
Tio -- como é, mamãe?
Vó -- cale a tua boca! tu bebe e não pode beber, não venha se meter na minha conversa com o médico!
Dr. -- mas a senhora já fumou? -- perguntou, meio que segurando a risada com a cena.
Vó -- ah, já fumei sim.
Dr. -- e faz quanto tempo que a senhora parou?
Vó -- tem 2 dias!
2) na noite em que passei com ela no hospital
como eu já tinha dito, foi uma noite difícil, ela estava com muita dor e sem encontrar uma posição para dormir. ela tinha acordado pela enésima vez em menos de 1h que eu tinha chegado, eu estava lá tentando fazer uma massagem no quadril dela pra ver se ela conseguia dormir um pouco, quando ela me perguntou:
-- minha filha, quem é esse homem que me chama tanto?
-- é o quê, vó?
-- quem é esse homem que tá falando comigo aqui no quarto, me chamando?
-- seja quem for, A SENHORA NÃO VAI COM ELE! -- eu me virei pra olhar o quarto, na direção que ela tava apontando.
-- olha aí! tá aí ele, na janela, falando comigo!
-- vó, esse é o César Tralli, ele tá apresentando o Jornal Nacional, e isso não é uma janela, é a TV!

sexta-feira, 2 de março de 2018

voltando pra casa

foi tanta história nessa viagem, que eu mal consegui escrever tudo! agora, prestes a embarcar finalmente pra casa, o cansaço bateu e me nocauteou (oi, Pabblo Vittar!).
eu ainda pretendo escrever sobre as maluquices passadas, mas, como toda mazela é pouca, preciso contar logo que eu não tinha luvas e me arrependi seriamente de não ter levado um par daquelas de goleiro, que faz "treeeeec" quando você roça os dedos de uma das mãos nos da outra. acabei comprando um par na Alemanha, que não deu nem pro cheiro do tanto de frio que passei.
chegando em Roma, cansada de me fuder, resolvi comprar luvas de coiro com forro de cashmere, lindas e caras.
nos dias seguintes, mesmo com as mãos razoavelmente aquecidas, comecei a perceber que elas estavam irritadas, mas achei que era por conta do vento frio que estivesse passando pelas costuras, e talz... só ontem, no avião, foi que percebi quão mazeladas as inocentes das minhas mões estavam.
eu sou tão canelau que tô com alergia à cashmere! vou voltar pras minhas coisas pé duro, que não me deixam tão mazelada! o plano agora é costurar uma luva de chita com forro de sacola do frangolândia!
agora o sôneo é chegar em casa e ocorrer uma mágica para que as malas subam sozinhas (mas vai ser a cunhã -- vulgo eu -- que vai subir essa porra), tomar um bãin com caco de telha e depois, sair pra almoçar num lugar que tenha feijãããão! 💜

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Itáulia ♥

meu povo, ô terra linda essa Itáulia (como pronunciava o meu professor português de História da Arte, Sá Pessoa)!
Roma, Vaticano, Florença e Pisa foram incríveis, especialmente por poder ter vivido/visto tudo com Paulo Roberto 💜
não nos encontrávamos desde o Natal de 2014, então posso garantir que uma semana juntos não deu nem pra tampar o buraco do dente, mas já deu pra amenizar um pouco a saudade!
em Roma tivemos dias insanos, com uma chuva louca que prenunciou neve rara (que só vimos por foto e depois sobre alguns lugares, mas não a vimos cair -- benzadeus não pegamos esse frio todo por lá). cabe dizer que conseguimos fazer o tour gratuito no centro mais antigo de Roma -- foram 2h nos sentindo como os animais que levaram uma rabissaca de Noé e perderam o tíquete pra Arca -- e nosso guia comentou da chegada de uma frente fria da Sibéria em toda Europa (já chamada de "the beast from the east").
estávamos providencialmente nos esquivando do frio power, porém levando lapadas de vento (e neve no nível caspa) de deixar a gente zureta. meu corpo arranjou um jeito de me avisar que ultrapassei meu limite, pois agora dei pra ficar com a moleira arrupiada de frio, algo que não planejo que se repita tão cedo.
Roma é um grande museu a céu aberto; entre fontes, estátuas e prédios, há muitas lojas de alta costura e muita gente montadíssima nas ruas. é como se andássemos meio a um desfile particular. a dica que dou é: não vá pra Roma na chuva. a cidade é feita para ser sorvida olhando para os lados e, principalmente, para cima. guarda-chuva tolhe a experiência.
Vaticano é muito legal, mas tem que ter cuidado com a quantidade de gente fazendo terrorismo falando que as filas são terríveis e que a melhor opção era comprar os guias deles (claro!), pois assim se conseguiria fazer tudo tranquilamente. a questão é que sim, tem fila pra tudo, mas as coisas andam rápido e pagamos menos da metade do valor oferecido tão entusiasticamente.
Florença parece que a gente entra numa mistura de globo de neve e de conto de fadas. a cidade é toda linda, a cada esquina tem algo pra gente querer ver com as mãos. infelizmente nosso tempo foi muito reduzido e só pudemos ficar por 2 dias (vimos muita coisa, mas ficou faltando uma ruma e talvez o período ideal para se ficar lá sejam 5 dias).
Florença deixa o referencial de qualquer um alto, então, só posso dizer que Pisa é bonitinha. os prédios são bem menores do que as fotos tentam nos passar e subir a torre, além de ser um exercício para não dar uma pilôra (257 fucking degraus), é obviamente torto por dentro e você sai goró, depois de tanto rodar. não recomendo fazer esse passeio bêbado ou com crise de labirintite.
o povo que já foi pra Florença pode falar do Duomo, que não subi porque Deus não deixou: tínhamos que ter feito reservas antes e era pelo menos o dobro dos degraus pra torre de Pisa. no nosso segundo dia na cidade encontramos um brasileiro que conhecemos numas das filas que subiu e disse:
-- a escada vai ficando mais estreita e a subida é bem cansativa (e olha que eu corro!). quando cheguei no topo, estava suando muito, mas foi só sair pra amurada que congelei de novo.
-- então quer dizer que ou eu teria um infarto ou ficaria com a boca torta do choque térmico? OBRIGADA, DEUS!
resumo da ópera: foram dias lindos e felizes (brigada mais uma vez, Paulo!), mas não posso ver uma fila que quero entrar, não posso ver uma escada que quero subir. se vir uma fila numa escada, meu dia será lá, até que eu despressurize dessa semana maravilhosa ;)


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Roma-ma-maaaa

ontem a gente chegou em Roma só o langãin e dando uma pilôra. depois de finalmente comermos, batemos perna pela parte mais antiga da cidade e mal me recordo de ter chegado no quarto e desmaiado.
hoje resolvemos fazer um tour gratuito que saía a umas 5 estações de metrô de onde estamos. como bons lesados que somos, nos atrasamos para sair do hotel e chegamos no ponto de saída do tour com 10 minutos de atraso.
como tínhamos comprado o Roma Pass 48h (um passe que dá transporte liberado e acesso a um museu pelo período), resolvemos entrar no Coliseu e depois fazer outro tour (às 14h, mas esse saía mais perto de onde íamos).
entramos no Coliseu de boa, pegamos o trocinho do audio-guide, mas o lugar tava meio confuso pra gente achar os lugares certos pra ouvir os trechos (só depois que entendemos que entramos por um caminho mais exótico, como sempre).
por conta das políticas antiterrorismo na Europa, dessa vez eu não consegui comprar um chip aqui (estou vivendo da caridade do wi-fi "alêi"). obviamente, nos 10 primeiros minutos lá dentro eu me perdi do meu amigo. fiz a visita toda meio em choque, por conta da euforia de algumas pessoas num lugar com tanto sangue entranhado como o Coliseu.
quando terminei, saí de lá e fui caçar um wi-fi pra avisar ao Paulo onde eu estava. tava frio pra caralho, chovendo, aquele mói de gente passando, então eu escutei um cara falando: "olha, eu acho que, se você quiser fazer o tour guiado, precisa ir logo porque vai começar real!"
me aproximei de onde estava o cara e mais alguns brasileiros e presenciei o seguinte diálogo:
-- você mora aqui há quanto tempo?
-- estou há 9 anos na Europa, mas moro em Roma há 3 -- falou o cara que tinha aconselhado a menina a correr.
-- mas me tira uma dúvida: tu se formou em duas faculdades, né?
-- querido, olhe na minha cara! eu tenho apenas 15 anos, não poderia nem ter me formado, hahaha!
o povo começou a rir (eu também), porque ele era muito munganguento e a forma como ele falava era muito divertida.
-- mas falando sério agora: sim, eu me formei! sou graduado em Catuaba!
juro que eu queria muito continuar a ouvir essa história maravilhosa, mas precisava achar um lugar com internet. me aproximei e perguntei se ele sabia informar onde eu conseguia um wi-fi.
-- claro! entre no metrô, suba na saída tal e, do lado direito, tem um restaurante. a senha lá é Tiramisu (nessa hora, ele deu um tapinha na boca e continuou), mas tu finge que não contei nada!
cheguei lá, deu tudo certo, reencontrei o Paulo! almoçamos e começamos a nos arrastar para tentar fazer o outro tour guiado. dessa vez, nos atrasamos apenas 6 minutos, e é óbvio que perdemos o bonde de novo.
como não tínhamos visto o resto das coisas que o Coliseu dá direito (Foro Romano e Palatino), colocamos o rabo entre as pernas e começamos a retornar. no meio do caminho, vimos uma loja liiiiiinda (e caríssima) de cacarecos. entramos e ficamos conversando entre nós sobre o produtos, quando começou a tocar funk no som da loja (bumbum tam tam) e a gente começou a cantar e a dançar.
a vendedora riu e perguntou se éramos brasileiros. então ela tentou dizer que éramos muito divertidos (o inglês dela só não é pior que o meu italiano, que lembra um pouco o do Brad Pitt em Bastardos Inglórios), e depois disse que, na Itália, costumam falar que "pessoas alegres recebem sempre a ajuda de Deus". que fofa, ela! 
enfim, voltamos pra visita e a baitinga da chuva truando. ficamos lá até os portões fecharem e a gente ser expulso, com os pés virando picolé (meu tênis tava completamente molhado, não sei como não adoeci).
resolvemos então voltar à banda "chique, bem!" da cidade (Piazza de Spagna), pra ver se eu achava "almeno" um canto pra comprar um tênis, porque tava uma situação periclitante. assim que a gente saiu da estação do metrô, deu de cara com uma loja da Diesel.
então eu comentei do meu trauma pro Paulo. não sou uma pessoa fã de perfumes, mas tem um da Diesel que é o meu sonho mais doirado. ele se chama Fiofó Life (Fuel for Life) e eu só queria tê-lo para dizer o nome, mas, quando o experimentei, ele ficou puro a pão com manteiga na minha 
pele 


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Centro de Documentação

era uma vez um lugar que estava passando por uma grande crise (desemprego astronômico, descrença política interna). o povo queria sair da situação periclitante em que estava, e muitos acabaram comprando o discurso de que eles estavam em crise porque alguns usurpavam seus direitos, iniciando um processo de exaltação de uma "raça" frente à vilanização das demais. era aparentemente confortável aceitar o discurso de que se é uma vítima ("o inferno são os outros"). para justificar esse discurso, o povo começou a referendar atos cada vez mais absurdos e abusivos. de início, aqueles que não concordavam não se pronunciaram; era como se esperassem para ver até onde iria. a questão é que ninguém poderia prever que se chegaria a campos de concentração e a tudo que eles representam (trabalhos forçados, condições desumanas, "pesquisa" médica sobre as diferenças entre as "raças" e morte de milhares de pessoas). enquanto eu visitava o Centro de Documentação ontem e ouvia sobre o contexto que deu origem ao Holocausto, não pude deixar de comparar com o que estamos passando hoje e também de lembrar a frase do Millôr: "o Brasil tem um enorme passado pela frente". espero que nossos livros não sejam queimados e que nós não repitamos o que já sabemos que nunca nem deveria ter acontecido.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

amor no whatsapp

a viagem está uma loucura tão grande que mal tô conseguindo parar para escrever alguma coisa... mas hoje (na realidade começou ontem) eu recebi algumas mensagens whatsapp de um número que já foi de um amigo.
segue o babado. pra quem não sabe, eu tenho um chama pra doido que só apura!


  


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Seu Manoel ♥

sou Uber-girl, vocês sabem. hoje eu tava vindo da minha avó com o Seu Emanuel e, no meio da conversa, eu vi que ele tinha uma placa de acrílico sinalizando que era Uber pregada no vidro da frente.
-- agora os carros da Uber precisam se identificar em Fortaleza?
-- não, essa plaquinha fui eu que mandei fazer, pra quando preciso entrar em alguma zona perigosa... porque eu não nego corrida pra ninguém, esteja onde estiver! eu tava voltando da Itaitinga dia desses e recebi uma chamada do Ancuri pelo 99pop. lá eles avisam "corrida para área de risco. aceita ou recusa?"
-- olha só, que modernidade!
-- pois é... como eu lhe disse, aceito todas as corridas. minha filha, era um lugar tão estranho, umas ruazinhas encavaladas... quando cheguei no quarteirão que tinha solicitado a corrida, tinha 2 rapazes armados na esquina. baixei o vidro, me identifiquei como Uber e eles disseram que eu fiz certo e me deixaram passar.
-- vala-me Deus!
-- quando eu entrei no quarteirão, uma senhora levantou os braços para o céu e agradeceu. quando eu cheguei, ela disse: "moço, ainda bem que o senhor conseguiu chegar! foi o 5º carro que eu pedi, os outros todos desistiram... minha irmã é cadeirante e está passando muito mal, precisamos ir pra uma UPA!"
ele disse que ajudou a colocar a moça que estava passando mal no banco da frente e foi perguntando o que ela estava sentindo. depois da descrição, ele disse: "a senhora tente se acalmar, mas eu sou farmacêutico e, pelos seus sintomas, a senhora está tendo um infarto. não vamos pra UPA, vamos pro hospital do coração!"
chegaram lá voados (até multa ele tá esperando receber) e fizeram o maior escarcéu pra moça ser atendida. chegou o médico e confirmou a isquemia. levaram a moça pra dentro e ele foi buscar o carro, que estava parado em área irregular. dali, vendo que não tinha mais o que fazer pra ajudar, foi embora. no dia seguinte, recebeu uma ligação.
-- seu Manuel? bom dia, aqui é a Margarida, irmã da moça que o senhor salvou a vida ontem!
-- não, minha filha! quem salvou a vida da sua irmã foi o médico e Deus!
-- o doutor explicou que, se ela não tivesse recebido atendimento em até meia hora, teria morrido... eu tô ligando para lhe agradecer e também pra pagar a corrida! o senhor acabou indo embora e eu estou em dívida!
-- que é isso, não precisa pagar não!
ele disse que não queira receber o dinheiro porque elas eram muito humildes e ficou muito penalizado, mas a dona Margarida insistiu que ele informasse a conta bancária. elas depositaram 200 reais. ele ligou de volta, querendo devolver, mas elas explicaram que não tinha preço o que ele tinha feito por elas, porque se ela tivesse ido pra uma UPA talvez não tivessem atendido a moça a tempo. e ele arrematou:
-- já pensou se eu me negasse a fazer corridas para lugares perigosos? eu entendo que os meus colegas tentam medo, mas eu sei que tem muita gente decente nas comunidades! se a gente não atender a eles, vai acabar virando um gueto e eles ficam reféns da bandidagem!
agradeci a viagem e a oportunidade de ter podido conhecer um pouco o seu Manuel, farmacêutico aposentado, que começou a fazer Uber para ajudar a família do filho (a nora de 25 anos está com câncer e eles não tinham como bancar o tratamento).

Vó Tereza saiu do hospital! \o/

pessoas, minha avó recebeu alta do hospital hoje e já está truando loucamente em casa! \o/ aproveito para agradecer mais uma vez por toda...